Qualquer ambiente aberto ao público precisa contar com espaços de acessibilidade. Pois, isso não é diferente na área odontológica. Por isso, é importante adotar práticas que facilitem o acesso para pessoas com deficiências.
Mas a acessibilidade em clínicas odontológicas não se resume a apenas ter uma rampa de acesso e portas mais largas. É preciso desenvolver toda uma adaptação para que seu ambiente seja receptivo e acolhedor para todos.
Portanto, vamos abordar o assunto e refletir sobre a importância da sua clínica ou consultório odontológico oferecer acessibilidade que os pacientes precisam.
O que são pacientes com deficiência e que precisam de acessibilidade
O termo se refere às pessoas com deficiência, e inclui-se aqueles que possuem impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais de longo prazo que, em interação com várias barreiras de atitude e ambientais, impedem sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com os demais.
Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1,3 bilhão de pessoas – ou 16% da população global – sofram de uma deficiência significativa. No Brasil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 45 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência.
Pois, na maior parte do mundo existem estereótipos e preconceitos profundos e persistentes contra pessoas com certas condições e diferenças. Essas próprias atitudes também moldam quem é uma pessoa com deficiência em cada sociedade, assim como contribui para uma imagem negativa das pessoas com deficiência.
O que diz a legislação sobre a acessibilidade
No Brasil, algumas leis foram instituídas com o objetivo de garantir os direitos de pessoas com deficiência, isso inclui o acesso a todos os serviços de saúde. Entre essas leis, podemos ressaltar as de número 10.048/2000, que prevê atendimento prioritário às pessoas com deficiência física, idosos com idade igual ou superior a 60 anos, gestantes, lactantes em todos os serviços públicos.
Também podemos destacar o decreto Nº 5.296/2004, que determina critérios para acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida, isso inclui a remoção de barreiras arquitetônicas, adaptação de banheiros, além de vagas de estacionamento prioritário.
Outra Lei importante é a de Nº 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência garante a não-discriminação, a acessibilidade, o atendimento prioritário, dentre outros direitos. O Estatuto inclui punições em caso de descumprimento para a garantia de acessibilidade.
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Como a sua clínica pode oferecer acessibilidade aos pacientes
A estrutura das clínicas odontológicas podem ser verdadeiros obstáculos para os pacientes com mobilidade reduzida. Por isso, para facilitar a vida desses pacientes é preciso seguir algumas medidas de acessibilidade, que são:
Rampas de acesso na entrada da clínica
As calçadas e a entrada frontal da sua clínica odontológica são acessíveis para pessoas em cadeiras de rodas? Se não, é importante incorporar rampas do lado de fora para que todos possam entrar facilmente no consultório.
Pois as rampas facilitam a chegada de quem procura por atendimento e que tem dificuldades em locomoção. Por isso, procure oferecer o melhor aos pacientes para que a clínica odontológica seja uma referência de acessibilidade.
A sala de espera adequada a acessibilidade
A sala de espera de uma clínica odontológica deve ter espaço adequado entre os móveis para permitir a passagem de cadeiras de rodas. Pois, existem muitos pacientes com deficiências que também têm necessidades sensoriais adicionais. Além disso, tente evitar luzes excessivamente brilhantes, sistemas de alto-falantes para música suspensa ou fragrâncias que possam ser um gatilho para alguns pacientes.
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Banheiros acessíveis para deficientes
Os banheiros dos pacientes estão entre as preocupações mais comuns para a acessibilidade nas clínicas odontológicas. Esse banheiro deve respeitar as normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT).
Neste caso, as dimensões devem ter 1,50 m por 1,70, a porta com a largura mínima de 80 cm. Além disso, o vaso sanitário deve seguir as medidas de 48cm a 50 cm de altura e a sua deve aumentar a base em 10cm.
Facilite a comunicação
Facilitar a comunicação refere-se à capacidade de uma pessoa receber todas as informações necessárias para tomar decisões sobre seus cuidados de saúde. Isso abrange as questões impressas e auditivas antes, durante e depois da consulta.
Portanto, pessoas cegas ou com baixa visão precisam de formatos alternativos para comunicação escrita, e isso inclui letras grandes ou braille.Também é importante fornecer descrições de imagens e informações de e-mail de áudio em formatos acessíveis.
As pessoas surdas ou com deficiência auditiva precisam de auxílios de comunicação, incluindo intérpretes de linguagem de sinais americana. Se você ou sua equipe não puderem se comunicar em ASL, ofereça ao paciente um documento de texto que ele possa ler antes da consulta, descrevendo o que acontecerá durante a consulta. Ofereça também um dispositivo de escuta auxiliar e opções de e-mail ou site para marcar consultas.
Já os pacientes surdos tendem a ser habilidosos na leitura labial e acham difícil ler os lábios do dentista quando os cobrem com uma máscara durante o procedimento. Por isso, recomenda-se o uso de uma máscara transparente para que o paciente possa vê-lo durante a consulta.
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Como os dentistas podem tornar o atendimento odontológico mais inclusivo
Existem formas de atendimento que podem ajudar o cirurgião-dentista a tornar a clínica odontológica mais acessível às pessoas com deficiência. Podemos classificar esses atendimentos em Padrão, condicionado e sob contenção.
Atendimento padrão
Esse tipo de atendimento conta com a colaboração do paciente. Neste caso, diferencia-se apenas o ambiente e materiais e equipamentos odontológicos utilizados no momento do atendimento.
Atendimento condicionado
Muitas vezes o atendimento condicionado necessita de uma abordagem diferenciada. Logo, o uso de técnicas de manejo pode ser uma ótima alternativa para incentivar o paciente.
Entre as abordagens mais frequentes estão a distração, o reforço positivo, controle de voz, técnica dizer-mostrar-fazer e modelação.
Atendimento sob contenção
Esse tipo de atendimento pode funcionar em casos em que o paciente não é colaborativo, ou seja, realiza movimentos involuntários que possam dificultar o atendimento odontológico
Por isso, o cirurgião-dentista deve analisar qual a forma se adequa a cada situação.
A contenção pode ser física, quando utiliza-se acessórios e equipamentos apropriados. A contenção química, quando o profissional usa sedação e anestesias gerais e hipnose, serve para controlar as reações do paciente, assim faz com que ele coopere durante o atendimento.
Acessibilidade em clínicas odontológicas é algo fundamental para os pacientes com deficiência
Muitas vezes a acessibilidade em uma clínica odontológica pode parecer um detalhe, mas é essencial para os pacientes com deficiência. Por isso, um local adaptado, possibilita um maior número de pacientes, além de prestar ajuda às pessoas.
Além disso, um consultório que permita o acesso de todos também pode favorecer o processo de indicação. Pois, ao ser bem recebido o paciente vai recomendar os serviços da clínica para outras pessoas.
Portanto, implemente a acessibilidade na sua clínica, com isso, os seus pacientes se sentirão acolhidos e respeitados.
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