O profissional de saúde tem a missão e a responsabilidade de cuidar de vidas, porém, muitas vezes ele precisa de uma atenção especial. Pois, muitas vezes dedica a sua vida em prol do bem-estar de seus pacientes.
Neste texto iremos abordar, com a Médica do Trabalho, Rosani Carvalho de Araújo, as consequências do excesso de trabalho e alguns cuidados que são adotados visando a preservação da sua própria saúde.
Como o estresse e o excesso de trabalho pode interferir na vida dos profissionais de saúde?
Muitas situações mostram que o trabalho pode sobrepor à vida pessoal, causando um impacto na saúde do corpo e da mente do profissional de saúde. Pois, a Dra. Rosani Carvalho de Araújo, explica como o estresse e o excesso de trabalho interferem na vida pessoal dos profissionais de saúde.
“O estresse faz parte diariamente da vida de todo ser humano e, muitas vezes, tem uma influência positiva no processo de crescimento do indivíduo. Pois é o estresse que nos move para tomada de decisão, que transforma desafios em conquistas. Porém, quando o estresse ultrapassa os limites saudáveis para o ser humano, gera alterações no equilíbrio biológico, causando aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, insônia, ansiedade, perda de cabelo, alterações de pele, gastrointestinais, emocionais e nas defesas do corpo humano, baixando a imunidade.”
Para garantir um equilíbrio saudável é preciso adotar algumas ações que ajudam a amenizar os impactos negativos que o trabalho impõe a esses profissionais, principalmente neste momento de pandemia.
“Se podemos dizer algo para esses profissionais em época de pandemia, é que descanso e o sono são essenciais. Pois, a prática de exercícios físicos, cuidados com alimentação, ingestão de água, exposição adequada ao sol e alongamento, são dicas de saúde que valem para eles também.” – destacou Rosani Carvalho de Araújo, que também é Diretora de Normas da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS).
A Síndrome de Burnout
Um dos sintomas causados pela falta de qualidade de vida adequada é a Síndrome de Burnout, pois esse transtorno consiste em um conjunto de sinais decorrentes de estresse físico e emocional crônico, acima do limite fisiológico.
Segundo Rosani de Araújo, a Síndrome de Burnout difere do estresse, cujos sintomas também estão presentes, mas com grande intensidade necessariamente relacionada ao trabalho e que pode afetar homens e mulheres. .
Alguns sinais são típicos da Síndrome de Burnout como explica a Dra. Rosani de Araújo. “A Síndrome de Burnout se evidencia principalmente pela perda de energia, sensação de esgotamento físico e emocional, desânimo, ansiedade, irritabilidade e comportamentos negativos no trabalho. Assim como, isolamento, alterações do sono, sentimento de incapacidade e/ou inferioridade, pessimismo, falta de motivação e criatividade. Entre as queixas físicas identificamos manifestações de dor de cabeça, cansaço constante, palpitações, alterações da pressão arterial geralmente com pressão alta, dores musculares, sintomas intestinais.”
As diferenças entre a Síndrome de Burnout, Estresse e Depressão
As principais características dos três problemas são:
Burnout: síndrome decorrente do estresse crônico e que tem origem no ambiente de trabalho;
Depressão: Significa uma doença psiquiátrica crônica, que atinge pessoas de todas as idades;
Estresse: Pois, consiste em um comportamento fisiológico automático do corpo a condições que exigem ajustes comportamentais.
Segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) – Burnout, depressão e estresse são problemas de saúde específicos. Pois, essas três condições são vista de forma diferente pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Para a OMS, o burnout não é uma condição médica, mas um fenômeno ligado ao trabalho. Já a depressão é uma doença psiquiátrica crônica. O estresse, por sua vez, é uma resposta do corpo às circunstâncias do dia a dia. Ele pode ser um indício de alguma doença ou apenas uma reação pontual a condições externas, negativas ou positivas.” , revelou, Rosani de Araújo.
três elementos que caracteristícos da síndrome de burnout
Além disso, existem outros três elementos que caracterizam o Burnout e diferenciam de outras condições, que são:
Exaustão: consiste na sensação de que a pessoa está indo além de seus limites e com falta de recursos, físicos ou emocionais, para lidar com as situações.
Ceticismo: Revela a reação negativa diante das dificuldades, a falta de interesse no trabalho, ou, ainda, a falta de preocupação com os resultados. O ceticismo pode se tornar agressivo mesmo em relação a amigos e familiares.
Ineficácia: a sensação de incompetência, que ocorre quando a pessoa se sente sempre desqualificada, pouco reconhecida e improdutiva.
A Dra. Rosani relatou que dois resultados da presença desses elementos são o Absenteísmo ou Presenteísmo:
Absenteísmo: acontece quando a pessoa começa a faltar demais ao trabalho.
Presenteísmo: Esse elemento costuma aparecer quando o profissional vai trabalhar, mas está mentalmente ausente ou com o pensamento distante das atividades que realiza.
Rosani de Araújo revelou que cerce de 15% da população trabalhadora sofre da Síndrome de Burnout, acontecendo mais frequentemente em médicos, enfermeiros, dentistas e psicólogos, na qual esses índices chegam a 20%.
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Como melhorar a qualidade de vida do profissional de saúde
Por último a Dra. Rosani de Araújo falou como o profissional de saúde pode melhorar a sua qualidade de vida. “É complicado receitar melhorias para a qualidade de vida de profissionais que dedicam suas vidas a seus pacientes. Pois, são tão comprometidos e preocupados com os resultados, cobrados para não errar, mesmo sendo humanos. Mas, que nunca se esqueçam das suas três melhores características: habilidade técnica, ser amável e estar disponível, pois tornam nossos dias mais leves. E que a vitória diária de cada paciente deve ser muito comemorada, pois trazem um bem imensurável para nós mesmos.”
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